Como reagir ao impacto das alterações na vida devido à covid-19?

Para muitas famílias esta fase significa laborar em regime de teletrabalho e, em muitos casos, com diversas pessoas num mesmo agregado. 
É de salientar os casos de famílias com filhos menores, nomeadamente bebés e crianças, o que implica estarem juntos 24h tornando-se numa situação muito complexa de gerir.

Nesta fase por que estamos a passar, devido à pandemia de COVID-19, as famílias portuguesas estão a enfrentar uma realidade que requer uma vez mais adaptação sendo as indicações governamentais para que, acima de tudo, fiquemos em casa.

Obviamente há determinadas áreas e tipos específicos de trabalho cujas pessoas continuam a ter de sair para trabalhar pelo que, além destas exceções, é-nos pedido que façamos uma gestão consciente das saídas à rua, diminuição do contacto físico, assim como a higienização frequente das mãos.

Após estas indicações, gostaria de me debruçar sobre a questão do confinamento. 
Para muitas famílias significa laborar em regime de teletrabalho e, em muitos casos, com diversas pessoas num mesmo agregado. 
É de salientar ainda os casos de famílias com filhos menores, nomeadamente bebés e crianças em que implica que estejam juntos 24h por dia o que, estando ambos os pais em modo de teletrabalho, torna-se também numa situação muito complexa de gerir.

O que fazer?
Em tempos de mudança há que, em primeiro lugar, aceitar a situação e depois então adoptar medidas para enfrentarmos esta mesma situação da melhor forma possível. A minha primeira sugestão é fazer um vision board para os próximos três meses, ou seja, um mapa de assuntos e situações a tratar. Esta definição e forma de controlo do que vamos fazendo torna-se crucial para nos certificarmos de que estamos a fazer algo de útil e produtivo não permitindo que o tempo passe por nós.


Como o posso fazer?
Inevitavelmente há que conseguir conciliar nesta quarentena imposta a convivência em família 24h por dia, o teletrabalho, as tarefas domésticas habituais, o lazer e ainda um sem-número de outras questões. Desta forma, devemos seguir algumas indicações:

  • Manter o horário habitual de dormir e de acordar e realizar a higiene pessoal. Serve tanto para famílias sem crianças como com crianças. Neste último caso, aconselho ainda a criação de rotinas para os mais novos – que podem ser semelhantes às da escola, como a pausa para lanches ou hora de almoço – para que se rejam por elas e tenham uma linha orientadora o que é fundamental para as crianças.
  • Vestir outra roupa que não o pijama/roupa de dormir. Pode até ser uma roupa mais confortável de estar por casa, mas é importante sair do modo “dormir e acordar” para um modo mais activo. No caso do teletrabalho, irá ajudar o cérebro a perceber que está na hora de começar a trabalhar.
  • Estabelecer um horário para cada tarefa. Aproveite para organizar papéis, fazer limpezas (se for preciso faça uma divisão por secção da casa), arrumações ou ainda dar uma volta às roupas que já não usa; pode ainda ser útil aproveitar para fazer cursos online de técnicas de auto-motivação, desenvolvimento pessoal ou relaxamento ou até especializar-se naquele tema que sempre quis. As pessoas em teletrabalho deverão definir um espaço (caso não tenham um escritório) e horário de trabalho e, se estiver em família, pedir que respeitem este espaço/horário dentro do possível.
  • Planear as refeições (de preferência saudáveis) com antecedência para maximizar o tempo e evitar preocupações. Deve manter os lanches a meio da manhã ou da tarde tal como habitualmente. E mesmo trabalhando em casa deve fazer uma pausa para almoçar, evitando comer em 10 minutos e retomar o trabalho de imediato ou almoçar emergido no trabalho; está comprovado que as pausas incrementam a produtividade.
  • Terminar as tarefas diárias a que se propôs e reservar tempo para actividades de lazer com a família. É essencial quebrar o ambiente de preocupação, quer seja com um jogo de tabuleiro, cozinhar em conjunto, fazer exercício físico através de aulas online, ver um filme ou ainda retomar um livro deixado a meio, para proporcionar à mente momentos de diversão e evasão. O trabalho também deve terminar à hora definida e não deve compensar as horas que gastaria nas deslocações. É portanto importante alterar a energia de “modo de trabalho” para modo de lazer.
  • Cuidar de si. Com as saídas de casa condicionadas, deve tentar apanhar um pouco de sol, por 20 minutos, à janela ou varanda de sua casa para repor os níveis de vitamina D essenciais ao bom funcionamento do organismo e da mente e ainda pela manutenção do sistema imunitário. Deve, igualmente, manter as suas rotinas de cuidado diário e reforçar a hidratação da pele devido à frequente higienização das mãos – a saúde emocional é crucial nesta atura e pequenos gestos levam a um bem-estar geral. Não se isole socialmente e converse: dispomos da vantagem da evolução das telecomunicações pelo que temos a família e os amigos à distância de um telefonema que pode ainda incluir vídeo o que ajuda a termos uma visualização dos que nos são próximos, acalmando a nossa mente.

E no fim?
Somos seres humanos e temos uma grande capacidade de adaptação. Vamos fazer desta uma fase em que nos conhecemos melhor, apercebemo-nos da nossa força e características inerentes, e iremos claramente evoluir e crescer com este autoconhecimento.


Fonte: Sapo Mood Por Orlando Henrique (Mental Coach)

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